Varzim, que futuro?

Em primeiro lugar, devo agradecer o convite que me foi endereçado para expor neste espaço os meus pontos de vista sobre os temas que eu entender, com especial enfoque sobre o “nosso” VARZIM.
E o nosso clube passa por uma “crise”. E é uma crise que parece ter vindo para ficar, tal é já o período de tempo que o clube se encontra “mergulhado” nesse marasmo. Podem dizer que a crise é generalizada. É verdade, mas a dita “crise” é mais profunda para alguns do que para outros.
Mas que crise é esta? Pode-se dizer que é financeira, de resultados, de qualidade da equipa técnica, mas para mim o busílis da questão está na direcção do clube, mais concretamente na pessoa do seu presidente, Lopes de Castro.
Podia obviamente, recuar no tempo, e ir buscar rotundos fracassos de gestão, como Abílio Novais, José Dinis, Projecto Catraia, Horácio Gonçalves, Diamantino Miranda, Kleyr,...
Prefiro me centrar neste primeiro texto na actualidade varzinista, e no presente o Sr. Lopes de Castro tem aparecido sistematicamente nos jornais nacionais desportivos.
Fazendo jus á sua condição de porta-voz da comissão criada para combater a crise financeira dos clubes da Liga Vitalis.
Esta comissão ficou de encontrar soluções para propor aos restantes parceiros da Honra e à Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) é constituída por Gil Vicente, Olhanense, Covilhã, Freamunde e Varzim.
Não seria preferível, que o Presidente do Varzim se preocupasse em encontrar soluções para o clube? Ou está a pensar que a solução para o futuro do clube está nesta liga secundária?
Em Outubro de 2006 (já lá vai muito tempo), o Sr. Presidente pensava da seguinte forma:
“Ninguém deseja mais a subida do que a direcção e não é por uma questão de currículo. Dava-nos gozo mas não é por isso que estamos aqui. Gerir um clube da dimensão do Varzim na I Liga, com juízo e bom senso, dá lucro. As pessoas ainda não perceberam isso. A única forma de anularmos o passivo é termos resultados positivos. Só temos resultados positivos se formos para a I Liga e se tivermos receitas extraordinárias."
Tinha um colega “brazuca” que nestas situações dizia naquele seu sotaque, “BRINCADEIRA, NÉ?”
Em Dezembro de 2008 no jornal RECORD, foi dado à estampa o seguinte “recado”:
“Seja como for, o líder varzinista não se mostra preocupado com a situação financeira do clube, na medida em que a transferência de Yazalde e os subsídios que estão prestes a entrar equilibram a balança. “As receitas vão entrar e não precisávamos da verba do Yazalde. Contudo, com esta venda, fazemos uma época ainda mais tranquila”, referiu Lopes de Castro. Depois disso, o grupo juntou-se para o tradicional almoço de Natal.”
Em 6 de Fevereiro de 2009, no mesmo matutino lia-se:
“O Varzim, da Liga de Honra, liquidou hoje os salários de Novembro da sua equipa profissional, revelou à Agência Lusa o capitão Alexandre.
O pagamento foi confirmado pelo presidente do clube, Lopes de Castro, que não quis precisar o mês a que se referia o pagamento.
De acordo com o Contrato Coletivo de Trabalho - que estipula que os pagamentos devem ser feitos até dia 5 do mês subsequente -, encontram-se em atraso os salários de Dezembro e Janeiro, o que Alexandre considera ainda 'preocupante'.”

Nesta altura, a época não é tranquila e Yazalde acabou mesmo por sair, tendo ido reforçar o Rio Ave.
Sinceramente, com tantas trapalhadas, tanta fanfarronice, tanta situação em que é aplicada a máxima “o que hoje é verdade amanhã é mentira”, tanta incompetência, no Varzim que eu comecei por conhecer à umas décadas atrás, com uma massa associativa “viva”, atenta e entusiasta, esta Direcção há muito que se tinha ido embora. No entanto a realidade não é esta, e há sempre quem se vá aproveitando, até um dia...

ÓSCAR MIGUEL