quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

EMOÇÕES VARZINISTAS



De pé, da esq. - Justino, Ferreira, Abegoaria, André, Dias, Géninho e Quim (poveiro).
Em baixo, mesma ordem -
Jorge (poveiro), Fernando, Noé (poveiro), Perez (jog./treinad) e Rogério.



A minha paixão pelo Varzim da minha cidade, começou por altura do início dos “gloriosos anos sessenta”! Da chegada do homem à Lua! Dos celebérrimos Beatles na música, da célebre Selecção Nacional do mundial de 66 (que Selecção!...). Aquela sim… era uma selecção dos melhores futebolista portugueses, com nascimento em território português! Dos que, na sua grande maioria, foram obrigados a lutar pela Pátria, a soberana e independente Portugal! Nem aquele que viria a ser apontado como um dos melhores futebolistas do mundo, Eusébio da Silva Ferreira, (depois do Mundial de 1966, Eusebio chegou a deixar muita gente do "meio", confusa quanto a classificar o melhor jogador do Planeta... Se Pelé, se Di Stefano se... Eusébio! Ele que viria a ser várias vezes internacional., Primeiro futebolista português a ganhar uma Bota e uma Bola de Ouro! Campeão nacional mais do que uma vez, duas vezes campeão europeu e, finalista vencido, mais vezes, escapou ao cumprimento de um dever que era é de todos os portugueses do sexo masculino, desde que considerados aptos – o Serviço Militar! Mesmo quando não estavamos em guerra, eram mais os que lá iam “bater com os costados”, do que aqueles que conseguiam fugir! Embora estes também não tivessem sido poucos… Mas adiante!...
Foi igualmente a do início de uma guerra colonial, que a muitos aproveitou, mas que a muitos mais, só trouxe “desgraça” e por causa da qual muito gente ainda hoje sofre!... Dos dois lados dos beligerantes!...
Esta foi também a década (anos 60) que mais serviu de “gestação”, a nível nacional e internacional (Maio de 68), para o eclodir da “Revolução dos Cravos” de Abril de 1974!

Década de sessenta (dos TRÊS ESSES)!... Foi de tudo o que atrás narrei… mas também a da ascensão “meteórica” do Varzim Sport Club à Primeira Divisão Nacional! Pela primeira vez! !!
Recordo-me que morava na Rua da Assunção, Bairro Sul , (o mesmo de um dos mais ferrenhos sulistas" e importador das rusgas de Lisboa para as do S. Pedro da Póvoa, o bem conhecido José Azevedo- homem ligado à escrita multifacetada e ex-Presidente da Autarquia poveira), perto da fábrica de conservas, que ainda lá está, como que a “conservar” a memória em homenagem aos homens e às mulheres que nela “amargaram” durante anos a fio para garantir o “ganha-pão”! Ainda lá está, de frente para o porto de pesca da Póvoa de Varzim! Envelhecida pelo tempo e pelo abandono, mas sempre “altiva”, mirando a barra!... Naquela altura não existiam as rádios locais para se saber “ em cima” do acontecimento o que se ia passando com o Varzim… Alguns “privilegiados” lá conseguiam saber “as últimas”, por exemplo, através de um telefonema para as Redacções de alguns jornais diários e outros não diários, desportivos ou generalistas… ). Sei que na vila, que já se chamara de Varazim, os varzinistas “ferviam” de ansiedade!... O varzim, em três épocas consecutivas, acabara de consumar a aquisição do direito a ocupar um lugar entre os maiores do futebol português! Muita gente foi naqueles momentos glorificada pelos poveiros em geral, varzinistas em particular! Tinha eu acabado de fazer o Ciclo Preparatório! Acabara também de completar 12 anos de vida. Os meus pais como prenda inscreveram-me como sócio do Varzim! Até hoje…
Era domingo, já noite adentro (um acontecimento, só por si, verdadeiramente extraordinário para aquilo a que eu estava habituado em termos educacionais!), esperei na companhia do meu progenitor, junto à Igreja de S. Tiago pela passagem da caravana varzinista! Lembro-me de figuras típicas da terra, muito conhecidas dos adeptos do Varzim, como o “Caga Libras”, a Vinagra, o Milhazes, mais conhecido por Novo –Rico e, muitas outras…
A páginas tantas e numa lenta caminhada, ouve-se o “estardalhaço” da fanfarra dos bombeiros, um foguetório estrondoso ecoando pelos ares , bem como um som ensurdecedor de tambores e de clarins, que ainda mais agitavam uma já multidão já há muitas horas em “pulgas”!
Jogava-se então com amor à camisola e muitos deles estão vivos e até residem na cidade que parece ter-se esquecido deles!... Brevemente irei recordar, aqui, alguns desses nomes, que muito contribuíram para os créditos (hoje muito em voga) que o clube tem no panorama do futebol português ao seu maior nível! E é imperioso, preserva-los!
Voltando a recordar “emoções varzinistas”, aquela passagem da comitiva varzinistas, em carro aberto dos Bombeiros, (viatura muito antiga só utilizada em momentos muito especiais da vida poveira), pejada de "penduras", dirigentes, “heróis” atletas (entre eles o jogador-treinador e mítico Ricardo Perez), pessoal auxiliar (massagista, roupeiro, sapateiro, etc… - não eram muitos como possa parecer - porque naqueles tempos muitas vezes um só carola desempenhava o papel de quatro ou mais!...). No desempenho destas funções sobressaíam nomes como o Sr. Lopes (sapateiro, tratador dos equipamentos e até do campo de futebol!), o Vinagre (canalizador-massagista), os irmãos Lázaro (enfermeiros), etc., etc.
Já lá vão 40 e picos anos e não parece!... Dá a sensação que foi há menos tempo! Como o tempo passa, não é verdade?!
Um delírio como nunca tinha visto! Marcante para toda a vida…
A partir dali foram muitos os que se juntaram a engrossar a “família varzinista” . Uma família que espalharia prestígio ao longo dos tempos deixaria a sua marca! O nome da terra através do seu melhor embaixador, passaria a ser conhecido em todo o País e além fronteiras! Hoje, poder-se-ia dizer que o Varzim passara a estar na moda!..
Mais de uma de década futebolística a nível da melhor competição nacional, iria decorrer com a chancela do respeitável Varzim! Naqueles tempos, as melhores credenciais de um poveiro, eram além de figuras míticas como Cego do Maio, ou as propriedades do mar da Póvoa para quem vinha a banhos, o… Varzim!... Foi a mais bela homenagem feita aos poveiros que em 25 de Dezembro de 1915 decidiram , ultrapassando todas as barreiras e “crises” (esta-se em plena 1ª. Guerra Mundial!), fundar um clube de futebol para os rapazes e de ” pés descalços” e que, orgulhasse a terra poveira – o VARZIM SPORT CLUB!..

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Pôncio, gostei de ler o que escreveu. Fiz-me lembrar dos melhores momentos da minha vid à volta do nosso querido Varzim. Que saudades. Não o conheço a si mas seja quem fornota-se que é uma pessoa (mdeve ser mais ou menos da minha idade, pra aí de cinquenta e tal anos). Portanto lembra-me muito bem do que ontou. E de mais coisas varzinistas. Eu sou do tempo em que ia pró campo do Varzim qu era plado e saltava os muros eentrava prá bancada central. E ia com os meus amigos por volta da 1 hora da tarde porque queriamos ver o jogo das reservas que coeçava antes do das primeiras. Ainda Vi jogar o taxista Pinheiro, o Zé da Mata, o Travessas, o Fernando tripeiro, o Clides, etc. É impossivel escrever o nome deles todos. No Tempo em que jogava o Rodrigo Quinota e mas tarde o Sardinha e o Peixe no Rio Ave no campo da avenida. Lembram-se camaradas?
Fico à cusca para ver o outros trouxerem pra aqui d recordações. Afinal no presente as coisas vão muito xôxas.

Domingos Aleluia

Anónimo disse...

Não podemos deixar que estes tempos se esqueçam. o Varzim não pode deixar de ser o clube que era! Quando olho para trás e vejo estádios cheios, multidões a apoiar um grande varzim, sinto uma enorme nostalgia e vontade de voltar a esse tempo. Peço, portanto, para que sócios e adeptos do clube se unam e encham o estádio para podermos apoiar estes jogadores para voltarmos a ter o nosso Varzim! A grande solução para o problema actual é esse: gente no estádio a apoiar a equipa e a mostrar que o Varzim é uma GRANDE equipa!
FORÇA VARZIM

António Santos