terça-feira, 26 de março de 2013

EMOÇÕES VARZINISTAS


NO HISTÓRICO DESTE QUASE CENTENÁRIO CLUBE, NEM TUDO FORAM ESPINHOS, NEM TODOS OS QUE GRAVITARAM À SUA VOLTA FORAM "DESGASTADORES" DA SUA IMAGEM... por exemplo a passagem pelo clube como atleta, da cantera e, poveiro por coincidência ou não, de quem abaixo falamos e, relembramos:

Nota - Neste post  não há uma palavra, sequer, que tenha sido plagiada... Qualquer erro é da responsabilidade do autor da republicação.

REPUBLICAÇÃO
Óscar Gomes - Sócio 602

QUARTA-FEIRA, 2 DE SETEMBRO DE 2009


EMOÇÕES VARZINISTAS



MARQUES UM ESQUERDINO FANTÁSTICO DOS ANOS 70/80

O POVEIRO, HOJE SERIA O "EURO-MILHÕES" PARA QUALQUER CLUBE!


Mudam-se os tempos, mudam-se as palavras, mas ao fim e ao cabo, por vezes apenas se tratar de uma questão de semântica. Atente-se por exemplo, nas terminologias, "futebol de formação" e "camadas jovens". A primeira, começou a ser adoptada na gíria do futebol, há pouco tempo, mas não por clubes da dimensão do Varzim, onde a expressão "camadas jovens", era a que vinha logo à boca. Recentemente, até já há para aí clubes que, não tendo um cêntimo para mandar cantar seja quem for, até se atrévem, com a maior "lata do mundo", a falar em academia de futebol! Bem perto de nós (vidé desacordo do único voto contra, da última A. G.)...

Este intróito, vem a propósito da figura de futebolista de grande qualidade, formado nas "Camadas Jovens do Varzim", numa altura em que os escalões começavam na então categoria de Principiantes que precedia a categoria de Juniores. O nome por que ficou conhecido no panorama futebolístico português, foi o de Marques, mas no meio poveiro, de onde era natural (zona norte da cidade) a sua alcunha era a de "Travassos".

Ele foi um dos "putos" do futebol de rua, que jogava de pé descalço, de estatura física acima da média para a idade e foi um atacante, jogando a extremo-esquerdo/médio interior do mesmo lado, goleador e, um esquerdino dos melhores do futebol nacional, muito mais exigente no que toca a qualquer atleta chegar à titularidade, fosse nos "maiores" ou nos mais "pequenos". Tanto era o talento do ex-atleta de que falamos, que, apesar dos meios de comunicação não serem tão céleres quanto hoje o são, os "cuscas" (olheiros) da bola não perderam tempo a passarem o recado aos dirigentes encarnados da altura e... lá ficou o Varzim, sem mais um atleta de eleição, "feito" na sua cantera, como soi dizer-se agora, então muito "pobrezinha", sem os apoios financeiros que hoje têm, mesmo que "parcos", como dizem os dirigentes desportivos dos nossos dias. Aliás, o Varzim, neste capítulo, foi assim a modos que "um mar apetecido dos pescadores-piratas"... 

Marques foi, ainda como juvenil, para o Benfica, clube onde foi promovido a sénior, só que "naquela tempo" (chavão), princípio da década dos anos 70, no plantel encarnado, só a "nata" do futebol luso podia até sonhar, quanto mais aspirar, a destronar qualquer uma das vedetas do SLB, onde ainda militavam "monstros sagrados" como Eusébio, Coluna, Torres, Simões e outros craques, bi-campeões europeus, que ficaram para sempre na história do grémio encarnado.

Voltando à passagem pelo Varzim deste poveiro de gêma, Marques, teria momentos inesquecíveis, defendendo o emblema do clube da sua terra, onde não ficaria até ao termo da carreira, mas, onde atingiria os momentos mais altos, quanto a nós, que a acompanhamos, poderia ter "durado" mais tempo.
Recordamos um momento, num dado jogo a contar para a 1ª. Divisão Nacional, num jogo disputado no Estádio do Mar, frente ao Leixões, em que ele marca um golo com o seu melhor pé, a mais de 30 m. da baliza defendida por Tibi. Um golo "de levantar o estádio"! Aliás o único golo da partida e que valeram 2 (na altura eram assim pontuadas as vitórias) preciosos pontos para a "conta" varzinista, contra um carismático Leixões, ainda recheado de talentos. 

Mais tarde, Marques rumaria ao S. C. Braga, onde foi treinado pelo que viria a ser seu sogro, o magriço e ex-jogador do Sporting, José Carlos.
O ex-jogador "criado" no viveiro varzinista, não conseguiu solidificar a sua condição de titular dos arsenalistas de Braga, precipitando prematuramente a sua carreira de futebolista de eleição para o fim. 

Marques foi titularíssimo em várias épocas consecutivas ao serviço do Varzim e foi seu capitão. Fez parte de equipas que fizeram as delícias do adepto mais exigente, que motivavam, incutindo nos adeptos um tal fervor, que nos dias de treino de conjunto, quase que enchiam o estádio poveiro! Aquele treino, constituía o grande "passa-tempo das quintas às 15" (os jogos eram por norma aos domingos às 15 horas), e para muitos, a única oportunidade de verem os seus ídolos (o dinheiro para pão era pouco, quanto mais para quotas ou bilhetes).
Há quem, por cegueira clubistíca, nunca lhe tenha perdoado o facto de, na altura em que estava a ser assim a modos que a "jóia da coroa" dos adeptos, o passarem a vê-lo defender outras cores que não as varzinistas!...
Porque o Varzim não é, nem deve ser, só, presente e futuro, aqui fica mais uma singela recordação de quem tão bem dignificou a cores alvi-negras, já que quem de direito não o faz (!?).

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