EMOÇÕES VARZINISTAS

De pé (da esq.)- Justino, Ferreira, Abegoaria, Géninho, André ,Ferreira Pinto e Graça .
Em baixo (da esq.)- Flávio, Ricardo Perez, Jorge, Carvalhinho e Soares



RICARDO PEREZ

O JOGADOR-TREINADOR DA 1ª. SUBIDA AO GRUPO DA ÉLITE DO FUTEBOL LUSO

UM ÍCONE DA CONCILIAÇÃO DO PROFISSIONALISMO COM O DE LUTADOR PELA CONQUISTA DE UMA MASSA ADEPTA, DE UM IDEAL DE UMA TERRA E DE UM CLUBE DE FUTEBOL DE UMA FORMA ARREBATADORA!

Estávamos no início dos anos sessenta. A figura de quem me ocorre neste momento escrever (outras se seguirão, aleatoriamente…), é sobre a do então treinador-jogador do Varzim, Ricardo Perez. Pegou no clube na 3ª. Divisão Nacional e em 3 épocas consecutivas, sempre acumulando as duas funções, foi preponderante na conquista dos respectivos títulos nacionais e iria fazer com que o nome da terra e do clube poveiro viessem a ser conhecidos por esse mundo fora (que o digam os apaixonados pela sua terra e pelo Varzim espalhados pelo quatro cantos do mundo)!
Quando chegou ao Varzim, Ricardo Perez – argentino de nascimento – já tinha em Portugal uma passagem relevante pelo Belenenses que era e foi considerado o 4º. melhor clube nacional, (de Matateu, Vicente, Paz, José Pereira, Quaresma, etc.). A Direcção da altura (em momento oportuno, aqui a evocarei…) tinha acertado na “mouche” ao convidar o craque a caminho do final da carreira como atleta. Foi o primeiro treinador que vi ao serviço do Varzim. Para além da minha naturalidade e dos meus familiares poveiros, ele foi dos grandes culpados do varzinismo que se entranhou em mim. Varzinismo como muitos outros já sentiram e outros ainda sentem… Homem disciplinador no trabalho, às vezes de cara fechada e muito exigente. Executante (hoje chamar-se-ia o nº. 10) de um futebol refinado. Nem os campos pelados atrapalhavam aqueles plantéis do Varzim… Fizesse bom ou mau tempo…
Grandes épocas… Loucas épocas de um crescente fervilhar de varzinismo! Também por homens como ele, é exigível, por uma questão de esmero na dignidade do clube, urge mudar o rumo da “nau” Poveira.
Passados 40 anos e por imposição de rotina do meu desempenho jornalístico tive o prazer de o entrevistar. Na minha frente estava agora um “setentão”, com as marcas do desgaste dos anos, bem evidentes na sua face e no cada vez mais raro cabelo grisalho, mas um cidadão argentino que naqueles momentos recordou comigo e para quem o quis ouvir, a sua passagem pela Póvoa e pelo Varzim, com a emoção de um ferrenho adepto do Varzim…

Ala-Arriba!