EMOÇÕES VARZINISTAS

Que estupendos plantéis!...

Equipa da subida em 75/76 (Campeão Nacional da 2ª. Divisão)

Última época de profissional do célebre central Quim

Fonseca;Pinto, Leopoldo,Quim, Artur e Lima Pereira;

Praia, Cacheira, Jarbas, Horácio e José Manuel.

Uma equipa de jogadores de altíssima craveira

JARBAS O MUNICIADOR PAULISTANO QUE FOI CRAQUE NO VARZIM NA ÚLTIMA METADE DOS ANOS 7O

No início dos anos setenta, o paulistano Jarbas veio lá das terras quentes do mítico "Tira Dentes", bem do outro lado do Atlântico, "direitinho" para o Varzim.

O Varzim estava a passar por momentos de grande consolidação no que concerne às suas prestações no melhor escalão do futebol português, onde, "pela mão" do consagrado técnico José Maria Pedroto ("o Mestre"), tinha já alcançado uma prestigiante 7ª. posição em 1964/65 e espalhado o seu nome por paragens internacionais, incluindo passagem por torneios no Brasil.

Jarbas era um interior - designação hoje em desuso e que equivalia a um médio atacante que joga por dentro, nos nossos dias em que se emprega uma linguagem futebolística cada vez mais desconexa com o que é o futebol!...

Jarbas jogou em muitos dos melhores plantéis que fazem parte da história boa do clube poveiro. Foi um dos "meninos-bonitos" do difícil no trato, mas competente no trabalho produzido, António Teixeira, que um dia, mais à frente, haveria de trazer atrás de si, quase todo o plantel do Leixões dos bebés. Jarbas, foi dos poucos que ainda conseguiu uma "aberta" na titularidade dos escalados por Teixeira, homem do "comboio dos duros"!...

Jogador de fino recorte, de grande inteligência e de assimilação fácil dos conselhos dos seus técnicos. Era um regalo vê-lo, recepcionar a bola com perfeição, e com ela dominada, ir de encontro ao seu opositor directo, num para-arranca que é devastador para qualquer defesa. Jogador que fazia também com grande utilidade o lugar de segundo ponta-de-lança, com tabelas mortíferas a desmarcar, por exemplo, um goleador nato como era o "rato de área" Horácio (que veio na tal remessa do Leixões).

Jarbas, veio menino e moço do S. Paulo para a Póvoa de Varzim, cuja panorâmica o encantou, com a sua baía natural de mar e, com uma praia que (segundo suas palavras) lhe mitigavam um pouco, as saudades das praias do seu Brasil... só lhe faltando o calor, o samba, o chôpinho e a paulistana com o seu requebro sui géneris de sedução!

Jarbas, Cacheira e Eliseu (os dois últimos, ex-Leixões), acabariam por "ser levados" pelo treinador António Teixeira para o Boavista no final da década de setenta, clube do Bessa que tinha ganho a Taça de Portugal pouco antes, então treinado do Pedroto.

O brasileiro, trabalharia depois noutros clubes, mas radicado na Póvoa de Varzim, onde ainda hoje marca presença, passados mais mais de 40 anos.

É um cidadão luso-brasileiro, poveiro por adopção, de uma correcção inexcedível, habilitado com o melhor nível para se ser treinador em Portugal e que, pelo seu apego a esta terra e ao Varzim, bem merecia ver reconhecidos tais atributos, concedendo-lhe por exemplo, a possibilidade de desempenhar um cargo nos quadros técnicos, quanto mais não fosse, na formação dos alvi-negros.

Jarbas é daqueles atletas que faz parte dos melhores que alguma vez vestiram a camisola do quase centenário Varzim Sport Clube.

Aqui fica a nossa muito singela homenagem.

Ala-Arriba Varzim! Que o astral do Jarbas esteja bem em cima!