segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A minha visão...

A saída da Póvoa, tendo em conta a hora do jogo, foi “madrugadora”. Não sei explicar porquê, mas, sentia-se na equipa de desporto, alguma ansiedade, própria dos grandes jogos.

A chegada a Matosinhos e às imediações do estádio do mar, deu-se com total tranquilidade.

Estacionámos mesmo à porta onde a comunicação social tem entrada. Um som, incómodo e repetitivo fazia-se sentir, por ali. Era uma espécie de outdoor a fazer publicidade à Quinta da Malafaia, no entanto, a barulheira referia-se a uma rádio que para ser considerada da Póvoa já tem muito pouco.

Enquanto vagueávamos, fazendo tempo, encontrámos malta varzinista, que nos saudou e nos fez sentir, algumas das preocupações que assolam os que gostam do Varzim. “isto está uma miséria”…”não podemos deixar o Varzim morrer”…”porquê que o Telmo não joga?”…

Depois de toda a panóplia de material montado, e, prontos a entrar no ar, a ansiedade vai tomando conta de nós.

A equipa entra em campo para o aquecimento. O leixões faz o mesmo.

Acerto aqui, outro acolá. O som está perfeito.

Vamos a isto.

O jogo começa. O Varzim entra a impor respeito. Com as linhas subidas, a surpreender os matosinhenses.

Gonçalo Graça cruza, Rafael aproveita um ressalto que com alguma dose de felicidade, fica ali a saltitar e faz o 1º.

Carrega Varzim.

Tiago Carneiro, trabalha bem pela esquerda e entrega de bandeja a Rafael que, mesmo sem a farta cabeleira que já o caracterizou, penteia a bola para o fundo da baliza. Estava feito o 0-2.

Os leixonenses, totalmente surpreendidos e inebriados, começam a perceber e acordar do pesadelo. Inácio começa a ouvir os primeiros insultos.

Rafael, volta a ter soberana oportunidade para fazer o escandaloso 0-3, mas Ricardo, do Leixões, evita com uma boa defesa.
Mesmo em cima do intervalo, Dyego, após canto, faz o 1-2. Respiram fundo os leixonenses. Mesmo assim, a equipa sai do relvado, debaixo de um coro de assobios.


A 2ª parte começa, com o Inácio a lançar no jogo o veloz extremo direito Feliciano, e o Leixões começa a asfixiar o Varzim. Ricardo e os dois centrais, foram imperiais. Limparam tudo o que havia possibilidade de limpar.

Pedro Santos, o herói improvável, subiu entre os centrais adversários, e bem no coração da área fez o 1-3.

Está quase. Vamos sair daqui com uma vitória. E que vitória.

Cruzamento para a área, Campinho puxa um leixonense e, Pedro Proença não perdoa, assinala penalty.
Laranjeiro, chamado a converter (pensei e desejei que tivesse a mesma pontaria que teve no jogo da taça) atirou a contar. 2-3.

Na bancada central, os adeptos acreditavam que era possível. Faltavam 10 minutos mais os adicionais.

Déde entrou e só se deu por ele quando o jogo terminou. Ruben Saldanha, inventou e fez uma falta desnecessária, donde resultaria o 3º golo da equipa liderada por Augusto Inácio. 3-3. Que lástima, diriam os espanhóis. Senti nessa altura, que o Leixões estava a receber uma dádiva dos céus.

Aguenta coração.

Canto favorável ao Varzim, 90+5 minutos. Pedro Santos, tira a papel químico do 3º golo e faz com que se fizesse justiça. 3-4

Varzim, Varzim, Varzim…

Terminou, 1.ª vitória e que vitória.
Parabéns!

Preparo-me para a sala de imprensa, cheio de orgulho!
Vejo o Dr. Macedo Vieira acompanhado do filho, radiante. Peço para falar com ele. Via-se nos olhos um brilho, o brilhozinho que caracteriza aqueles que amam este enorme clube que alguns tentam cavar a sepultura.

Sei que alguns, mais apressados, lançam a boca “o Macedo, só aparece nas vitórias". Calma, usem a massa encefálica. O homem, estava lá no inicio do jogo, quando a equipa estava em ultimo lugar e com uma ínfima réstia de probabilidade de sair dali com algo mais que não fosse a derrota.

Na sala, Eduardo entra satisfeito, ar de missão cumprida com grande brilhantismo.

Inácio, insultado e enxovalhado pelas dezenas de adeptos leixonenses, mantêm todo o seu low profile que o caracteriza e responde às perguntas com grande gentileza. É de campeão.

Saída serena do estádio, para nós, os jogadores equipa técnica e dirigentes ainda tinham os insultos para ouvir, de adeptos que suportavam com amor à causa, o entardecer gélido.


Pela A28, com SCUT, felizes, chegámos à nossa Póvoa.

11 comentários:

Anónimo disse...

Tenho dificuldade de exprimir o que senti no final do jogo, quando os jogadores vieram ter connosco junto à vedação. Foram uns herois nos 95 minutos, e tiveram este gesto muito bonito de festejar com os adeptos esta vitória que não vou esquecer. É por isto que somos diferentes, é por isto que amo este clube. VARZIM até morrer.

Anónimo disse...

Ao ler isto, faz-me sentir o varzinista orgulhoso que na época em que o Varzim então treinado por Meirim, foi ao Estádio do Mar ganhar imperialmente a uma fabulosa equipa dos bebés do Leixões, com um golo monumental de Marques. Um petardo com o pé esquerdo de mais de trinta metros! Tínhamos um fabuloso g. redes, o melhor de sempre: Benje! Que grande alegria! Com que peito fomos apanhar o comboio à Srª. da Hora, de regresso à nossa Póvoa!!!
Faz-me sentir mais novo 30 anos e lembrar-me das alegrias esfuziantes o clube da nossa terra, o Varzim, já nos deu. Em casa e fora dela! Como éramos temidos!... Só que naquele jogo , os adeptos do Varzim presentes no campo dos matosinhenses, (muitos nem eram sócios do Varzim, apenas seus admiradores) eram quase tantos como os adeptos do Leixões, que ontem estiveram a aplaudir e a assobiar, no velhinho Estádio do Mar (na Cruz de Pau) os leixonenses, gente também bravíssima de carácter! Mas diga-se em abono da verdade. Ontem foram muito menos, mas os que lá estiveram – cerca de uma vintena – foram calorosamente saudados pela equipa, numa comunhão de alegria, que era bom que se repetisse domingo-a-domingo! Mas é difícil…
Há que ser coerente, e os adeptos do Varzim, demonstraram como sabem retribuir. Puxaram pela equipa durante todo o jogo. Mesmo quando o leixões chegou ao empate!!! À poveiro! Agressivo com os deixa ficar mal… Solidários ao máximo com o vizinho quando ele precisa de ajuda!
Os adeptos do Leixões ficaram à porta do estádio gritando apupos para a sua equipa. Afinal… é assim em todo o lado em que há futebol.
Os assobios e os aplausos fazem parte do estado de espírito de quem tem paixão pelo futebol, que, em todos nós aparece em nossas mentes, quase sempre de gostarmos de um clube. Quando se começa a dar os primeiros pontapés e se passa a gostar... o nosso clube... é o jogo da bola. Quer-se dizer: ERA ASSIM! Hoje, já não é bem assim. Há até quem faça dele uma oportunidade para um a espécie de latão para despejo de frustrações pessoais!...

Anónimo disse...

Parabéns ao Eduardo Esteves e ao grupo. Estiveram quase perfeitos. Ó tempo que não segui pale rádio da Póvoa que dá na Rádio Viva. O meu coração já á muito que não bivraba assim, rapazes. Impróprio prós cardiacos! a primeira grande vitória desde que o dentinho tomou conta do clebe. Nem a conquista da taça de cerveja karlsebuergue!!!

Anónimo disse...

entre marítimos, o varzim foi um tsunami em Matosinhos. Com aquele Varzim... nem o Senhor de Matosinhosos! Os jogadores, juntamente com o treinador, que vejam e revejam o vídeo o jogo. Serve-lhes de treino mental e é dietetico.
No fim do jogo era quem mais chamava palhaço ao campeão Inácio. De certeza que ele não vai dizer uma palavra a criticar os sócios do Leixões. Porra, que eles quando lhes põem os cornos, fôsga-se, amiguinho!

Anónimo disse...

"a primeira grande vitória desde que o dentinho tomou conta do clube"


Já te esqueceste, p. ex., da vitória sobre o Benfica na Taça?

Anónimo disse...

Desculpa discordar. Depois de todo ete jejum... só quem lá esteve é que sabe a profunda alegria que sentiu! Se lhes perguntares, vais ver que te vão responder que esta foi A MAIOR DE de TODAS!!!
Foi num campeonato e não num mero jogo de Taça... Taças e tacinhas e medalhas, o Varzim tem muitas! É só ver a sala de troféus!
Foi o levantar do ego para os jogadores e restante plantel, Direcção e sobretudo para os seus adeptos. Sócios ou não. Foi LINDO!!! Pena que não tivesse sido na Póvoa! Mas vai acontecer e, em breve.

Tribuna Varzinista disse...

NÃO HAVIA NECESSIDADE...

Se formos ler o que foi escrito quando na Póvoa o Penafiel ganhou por 4-3, já lá escreveram que este varzim, apesar de ter perdido, prometia coisas bonitas...

Hoje em dia, a maralha vive obcecada com o que é para hoje e, esquece o que foi feito, ainda ontem, e atafulha a massa cinzenta com sofreguidão assolapada.

Reparem na polivalência que no Mar foi demonstrada: 50% dos golos do Varzim foram obtidos pelo mesmo central. Os outros dois (que poderia ter marcado três), por um ponta-de-lança clássico! E depois, uma prestação ao nível de um super-candidato, de todos os outros, com o Ricardo Neves a ser uma revelação, na peugada do Marafona!
Substituições, com correcção e reforço "da porta de serviço" para a baliza do Varzim, indo Campinho (boa joga a lateral direito) para lá e, entrando para a posição dele, um enganador lateral, o Salvador que, desde que entrou, apanhou várias vezes a ala esquerda defensiva do Leixões, autenticamente de cuecas nas mãos, sem saber o que fazer à vida... se defender, se atacar!
Em grande Eduardo Esteves. Assim… os adeptos não têm outra hipótese: aplausos mil!
Pede-se BIS!...

Anónimo disse...

"A minha visão". Ao ler est post dei comigo a ficar com pele de frango "arrepiada", tal a emoção!
Parabéns ao autor que desta vez não quis pôr o nome por baixo.
Há nela a preocupação e o saber descrever, além de escrever.
Ao ler, imaginei-me num jogo surreal do Varzim contemporâneo. Tão verdade, como, pelo mesmo motivo, não estiveram lá centenas de adeptos do Varzim. Se o clube tem feito pelo menos dois jogos parecidos, nos outros anteriores, dou-vos a garantia que seriam mais de duas centenas de poveiros a invadir Matosinhos... Façam as contas= só os de 17 euros X 300= 5.100 euros! Que o Leixões não encaixou. Agora, imaginemos que na 2ª. volta o Leixões está ainda na corrida pela subida e o Varzim também ou, apenas a fazeruma manutenção "de caras"!... Que jeitão financeiro para os cofres depauperados do clube! Além do renovar o ego varzinista!!! Imaginemos, só. Porque pela frente, amiguinhos, há uito urso para derrubar... grandes e pequenos.

Anónimo disse...

O Macedo Vieira no final do jogodisse tudo: "pedi ao Eduardo Esteves para não inventar"... E resultou em cheio. O EE não inventou, foi sublime o seu trabalho, de uma eficácia tremenda. Assim... eu apoio com as duas mãos e mais as os que se quiserem juntar, para apoiar o Eduardo Esteves na sua continuidade.
Se nos próximos 6 jogos, o Varzim ganhar perder um e empatar o outro, eu perguntarei: Mas por que carga de água se andou a astar dinheiro com abílios e dinises??? Mas porquê??? U clube que nada em dívidas e em desertores!

Anónimo disse...

Dizem que o Dentinho foi eleito com mais de cento e tal votos, mas no Mar, só lá estavam para aí uns vinte adeptos e pelo que os ouvi dizer, nenhum apoia o Lopes de Castro! Onde ficaram os oitros?... Se calhar a desbundar na areia do sófá!

Anónimo disse...

Agora, é preciso manter o elan, que é o mais difícil.