COM HISTÓRIAS DE VIDA ASSIM, COMO É POSSÍVEL NÃO SER NOSTÁLGICO?!
Mesmo atendendo a que a História não se repete, que as circunstâncias eram diferentes, e mais isto e mais aquilo, a verdade é só uma. Boa ou má, a História acontece.
O nosso grandioso Varzim, infelizmente tem vindo a acumular bocados na sua história de vida nos últimos anos, com altos e baixos, sendo os segundo, infelizmente, a marcar negativamente o curriculum desportivo do clube. Isto, por mais condescendentes e serenos que queiramos ser, a verdade está na frieza das estatísticas das performances do clube, principalmente nesta última década.
Entráramos da forma mais gostosa no novo milénio, com o Varzim a subir de novo à primeira divisão, pela mão do presidente Luís de Oliveira. Lá permanecemos duas épocas, durante as quais foi vulgar ver o estádio poveiro, na maioria dos jogos a abarrotar de adeptos (principalmente 2000/2001), com um plantel comandado por um Rogério Gonçalves no auge da sua eficácia como treinador, e onde pontificavam jogadores nucleares para a prática de futebol bem elaborado, transbordando trabalho de casa a rodos. Alexandre, Gilmar, Paulo Piedade (este era um verdadeiro maestro na linha média do Varzim, um jogador de craveira acima da média, sendo um dos casos raros de paixão pelo Varzim, além do seu exemplar profissionalismo), e Mendonça, eram as traves-mestras do barco poveiro.
Passaram-se 10 anos! Como o tempo passa, diremos nós, mas na vida de uma instituição da envergadura de uma entidade de utilidade pública como o Varzim, é apenas uma década em nove!
Preferimos o rever nacos da História do clube que orgulha quem é varzinista, (por naturalidade ou por adopção) pese as fracas prestações dos últimos 6/8 anos, do que a passar o tempo a teimar em não querer aceitar as culpas de opções erradas, não as corrigindo "a tempo e horas", como seria, e é, sua obrigação, bem como a falta de um maior interesse em ajudar por parte de quem na cidade "tem estatuto para o fazer".
Resolvemos inserir nesta rubrica, um enxerto de um texto publicado num blog em França, com o título "HISTORIQUE DU VARZIM SPORT CLUB", da autoria de emigrantes poveiros integrantes de tão grande comunidade lusa, particularmente de varzinistas ímpares. Estávamos na época 1999/2000, de boa memória para os "lobos do mar":
"A melhor classificação de sempre : Quinto lugar em 1978/79. O Varzim na I Divisão
De 1935/36 até estes nossos dias - no ano dito da graça de 2000 -, ao longo de 66 campeonatos nacionais da I Divisão (incluindo os quatro da Primeira Liga), 64 clubes inscreveram o nome entre os participantes. No rol há, apenas três totalistas: Benfica, Sporting e F.C.Porto, seguindo-se por número decrescente de presenças, Belenenses, Vitória de Guimarães, Vitória de Setúbal, Académica de Coimbra, Sporting de Braga, Boavista, Atlético, Barreirense, CUF, Leixões, Estoril... e Varzim Sport Clube. Temos, pois, os poveiros num excelente 15º. lugar, com 18 presenças, tantas como o Salgueiros, cujo currículo global, em termos de classificações, é inferior ao dos varzinistas. Com a sua próxima entrada na I Divisão, o Varzim igualará o Estoril (19) sem o destronar, ainda em desempate por classificações obtidas. Retira-se do exposto, que o Varzim é um dos "históricos" do Campeonato Nacional da I Divisão de futebol. E pode também retirar-se da estatística um significativo bloco de números. Assim, os poveiros disputaram 516 jogos, obtiveram 145 vitórias, empataram 151 vezes e averbaram 220 derrotas, marcando 547 golos e sofrendo 756; o somatório de pontos eleva-se a 441, com médias de 0,85 por jogo e 42,6 de rendimento em percentagem. É bom relembrar que o texto já tem dez anos. São feitas referências de estatística que só têm que ser ajustadas em muitos pouco aspectos. Porque no essencial... só mesmo a travessia no deserto que pouco depois de seguiria, como é sabido.
Para terminar, só mais uma evocação nostálgica, para uns, de conhecimento, para muitos outros. Uma crónica retirada do jornal "A Bola", segundo uns "a bíblia do futebol", acerca de um dos mais espantosos jogos jamais vistos o Varzim realizar. Reparem principalmente na crónica quando alude à presença de adeptos do Varzim no velhinho estádio poveiro (cerca de 10.000!!!), onde se divisa a velhinha bancada central, e o espaço destinado à comunicação social, então já "presa por arames" (donde aliás o autor deste escrito relatou o jogo).
Na imagem o ponta-de-lança russo Prokopenko
Até apetece dizer: "ó tempo..."