Modelo e sistema - VARZIM época 2011/2012

Da análise ao Varzim x Fafe, deu para fazer uma leitura daquilo que pode ser o Varzim época 2011/2012. Neste post, centro-me na questão modelo de jogo e sistema táctico. O modelo de jogo não teve grande oscilações durante os 90` minutos, no entanto o sistema teve algumas nuances durante a partida frente aos fafenses.

O modelo de jogo e sistema de jogo, são dois vectores importantes, no entanto, diferentes na construção de uma equipa de futebol. Normalmente começa-se pelo modelo de jogo. Posteriormente, aplica-se o modelo de jogo, em um ou dois sistemas de jogo.

Para esta época, o modelo de jogo do Varzim, tem princípios bem definidos (a análise dos sub-princípios deixo... para os mais entendidos...). A imagem de marca desta equipa é a qualidade na construção do jogo ofensivo. É o seu BI, digamos assim.

A transição defesa/ataque, normalmente processa-se, com saída em posse pelos laterais ou com a vinda de um dos médios junto dos centrais para receber a bola e dar inicio ao processo ofensivo. A partir daqui, ou a bola entra nos alas ou no n.º10, para este dar sequência ao lance ou procurar finalizar com tabela com o ponta de lança.

No processo ofensivo, esta equipa procura a circulação de bola, buscando sempre a qualidade na posse de bola. Isto é, valoriza a posse de bola. Procurando a penetração pelo meio, por Nelsinho, a longa distância de André ou a abertura nos alas para posterior cruzamento destes. Neste jogo, os médios mais recuados do triângulo (André e Rui Figueiredo), são dois jogadores com boa capacidade para ter bola, perdendo a equipa na agressividade defensiva.

Já quanto ao processo defensivo, a equipa procura jogar com a linha defensiva subida para encurtar espaços e "tornar o campo mais pequeno". Não sei se os defesas do Varzim tem velocidade para poder subir as linhas em demasia. É uma situação a rever. A defesa actua com uma zona pressionante.

Quanto ao sistema de jogo, o Varzim actuou inicialmente num 4x3x3 a atacar e um 4x2x3x1 a defender. Na segunda parte e após a entrada de Rui André, o Dito dispôs a equipa num 4x2x4 a atacar e 4x4x2 a defender. Não obstante estas alterações no sistema, o modelo de jogo manteve-se inalterado, o Varzim não perdeu identidade.

A questão que se coloca é a seguinte, será este o modelo ideal para jogar na II divisão?
Óbvio seria dizer que o modelo ideal é aquele que ganha. Não vai ser fácil o Varzim impor este modelo de jogo em alguns campos desta divisão. A começar já pelo próximo desafio, onde o campo para além de ser de plástico, é uma autêntica "gamela". Vai ser fácil jogar bola no chão nessas condições? Não de todo...

Em suma, e em última análise realço o que julgo mais importante:

• ser pró-activo, isto é, agir e não apenas reagir;
• num desafio de futebol só existe uma bola e ganha quem a souber ter mais tempo e, mais importante ainda, saber tê-la da forma mais inteligente.