REFLEXÃO

-ORÇAMENTO PREVISIONAL (?) APROVADO POR MAIORIA ABSOLUTA, POR CERCA DE 2% DA MASSA ASSOCIATIVA (120 SÓCIOS, 1 VOTO CONTRA)

- PP (PLANO DE PORMENOR) APROVADO PELA CM, "UM GRANDE PASSO" PARA QUEM?

AS VERDADES DAS MENTIRAS OU...
... "AS ILUDÊNCIAS APARUDEM?"


Ter a memória curta, e ter lata q. b., parece estar na moda. Os exemplos vêm de cima, de personagens que desempenham cargos de top na sociedade portuguesa. Valores morais e de ética pessoal, como dignidade, verticalidade, honradez, solidariedade, pelo que se constata, parece já não contarem para a educação de cada individuo, que em conjunto formam aquilo a que se chama sociedade.
Os critérios de avaliação, agora muito na berra, como sendo algo que nunca existiu em Portugal, e de valoração de coisas, sobrevalorizadas excessivamente em detrimento do ser humano e das suas boas práticas, pecam por falta de um culto de exigência. Basta ir a qualquer lugar onde se aglomere gente. Gente que às vezes nem parece gente, porque gente não deveria comportar-se assim...
Pensa-se mais no "ter" do que no "ser"… um bom exemplo, pela positiva, para os outros.
No que ao tema futebol diz respeito, muito em particular relativamente ao Varzim Sport Club, dando uma “olhadela” transversal à vida de deste clube a caminho do centenário, iremos reparar no quanto de dedicação foi precisa para manter de pé o clube, desde os campeonatos mais humildes até ao mais categorizado de todos. Dos campos de terra, por vezes misturada com areia, para empapar menos em tempo de chuva, marcados a cal em pó branco (mais tarde proibida a sua utilização para marcar as linhas do campo) que deixava em carne viva os membros dos jogadores, quando deslizavam nela, ficando as feridas a arder de calor, devido à reacção química cal/água. Das deslocações da equipa em camionetas, tão confortáveis, que só com o cheiro a gasóleo, não eram poucos os que tinham que por a cabeça fora das janelas para “chamar o Gregório” (vómitos). Conta-se que ir por exemplo ao campo do Avintes, em V. N. Gaia, para lá chegar, quer atletas, quer adeptos, cada qual deslocando-se em meios de transporte diferentes, era um calvário. Quando surgiam as subidas lá para os lados de Gaia, não eram poucas as vezes em que era preciso o autocarro parar devido ao sobreaquecimento do motor, que qual decrépito ancião, lá ia aos soluços, ultrapassando as íngremes subidas.
No final, se ganhassem, poderiam ter direito a um lanche para enganar estômago… Com sorte, ainda lanchavam do farnel de familiares ou de amigos.
Estas referências a “um Varzim”, que contrapunha a falta de recursos materiais (que outros já tinham, embora fossem a minoria), um excesso de paixão pelo clube, de muita gente, desde dirigentes, atletas cuja bandeira tinha (e tem) um emblema que era defendido até à exaustão, como se em causa estivesse a honra de cada um. Tudo isto sem promiscuidade politiqueira, porque na altura o futebol era considerado divertimento de “pessoas menores” e por isso não merecia a atenção dos que se diziam seres superiores da sociedade. Que futebol era coisa do povão, e para malandros...
E nesta comparação, ainda que muito fugaz, chegamos ao “Varzim dos nossos dias”, que já teve uma vida mais afidalgada, por vezes acima das suas posses, onde as merendas como prémio pelo esforço, deram lugar a ordenados muito acima dos mínimos legais. Os balneários são um luxo. Os equipamentos, são como roupas de lordes, com a vantagem de sempre lavadas. O pelado dos escaldões, deu lugar a tapetes verdes, frescos no verão e quentinhos no inverno. Meios de transporte, propriedade da generalidade dos clubes, com boas condições, havendo alguns clubes até que possuem veículos que são autênticos hotéis rolantes.
Pena é que o dia-a-dia, da maioria dos clubes de futebol profissional, padeça de gestões danosas, que têm conduzido agremiações desportivos ao caos e ao colapso enquanto entidades de futebol profissional (Vs. Boavista, Salgueiros, Felgueiras, Farense, Campomaiorense, etc…). Os clubes. Através dos seus dirigentes, como é óbvio, têm sido confiados pelos seus sócios, a pessoas que a páginas tantas perdem o norte, deixando-se envolver por ideias mais viradas para a promoção pessoal, ainda que breve, não se coibindo em adoptar medidas de gestão que se vêm a revelar desastrosas para alguns clubes. Os maus gestores passam, incólumes, e os clubes ficam “encalacrados”, com os sócios aguardando que os próximos eleitos salvem os clubes que apaixonadamente seguem.
Mais que lamentar o não alcançar uma subida, é de mais lamento a figura triste a que submeteram, com maior ênfase na época passada, como foi a notícia em órgãos de comunicação do mais alargado alcance, dando conta que o Varzim não pagava há meses e meses os ordenados a quem para o clube trabalhava. De facto uma mancha negra na vida do histórico clube. As desculpas, tardias, foram mais que muitas, inclusive a de uma “certa distracção da direcção”.
Uma das desculpas assentava no atraso do Plano de Pormenor para os terrenos das actuais instalações desportivas. Em causa, estaria o recebimento de parcelas a receber por conta, segundo constou pela cidade. Aliás sobre as verbas já recebidas e o quanto falta receber, aos associados, pouco é dado perceber pelas contas recentemente aprovadas por cerca de 120 sócios, num universo de cerca de 5.000 sócios, segundo contagem da direcção ou de alguém por ela mandatado.
Agora que foi aprovado o PP (Plano de Pormenor, para quem ainda não saiba), os varzinistas, continuam ainda mais expectantes… olhando para o novo estádio virtual e para a maqueta das estruturas que no lugar, para muitos, parte integrante do dia-a-dia há muitas décadas, vão nascer satisfação de outras ambições… imobiliárias.
Quem ganhou? O tempo a todos esclarecerá . Nós, desde há muito somos de opinião que o grande beneficiário, não será com certeza a instituição Varzim. O clube foi empurrado para esta operação imobiliária, pela escassez de liquidez (dinheiro para pagar algumas dívidas, umas herdadas, ou já surgidas com estes dois mandatos liderados pelo Dr. Lopes de Castro, e outra parte do “pilim” para pagar despesas correntes, como salários, estadias, etc…). Este é outro aspecto mal explicado a quem pouco ou nada percebe (não vão exigir que os sócios sejam todos Revisores Oficiais de Contas, Técnicos Oficiais de Contas, Contabilistas, ou qualquer outra profissão que entenda de demonstrações de contas apuradas em Contabilidade.
Os mapas que vão ser apresentados na Assembleia Geral Ordinária do próximo dia 26, pelas 21,30 h. no Diana-Bar, está recheado de uma mistura de Custos com Despesas e Proveitos com Receitas, (como diria Octávio Machado "vocês sabem do que estou a falar"!...).
Poderiam e deveriam ser apresentados mapas extra-contabilísticos, que fossem de fácil leitura para todos.
Questões como: Ordenados e Encargos com a Gestão ( incluindo todo o pessoal não considerado nas outras rubricas) Secretaria e outro pessoal; Montante Vencido – Montante Pago; Ordenados com os Atletas; Encargos sobre ordenados dos atletas; Montante Vencido- Montante pago. Além disto deveriam ser indicados os desvios no orçamento (positivos ou negativos). Estas algumas dicas para simplificar a "leitura" numa Assembleia onde a grande maioria é leiga na matéria, embora interessada, como é o caso da apresentação de mapas com contas anuais, ainda que de estruturação aligeirada, mas confusa, como por ex. incluir no mesmo saco custos/despesas/pagamentos, por um lado e por outro, proveitos/receitas/recebimentos?!
“Não havia nexexidade disso”.
No que toca a dívidas fiscais e à Seg. Social, onde é que os sócios, através daqueles mapas, podem "ver" alguma coisa?
Como era no início das legislatura desta liderança? Quanto é que o clube, por exemplo, já gastou com procuradoria jurídica para resolver situações de penhora e quanto dessas dívidas já foi pago, separando as do tempo do sr. Oliveira, das geradas com o actual presidente?
Uma coisa é saldar dívidas fiscais, outra bem diferente é usar expedientes jurídicos para protelar as consequencias de "démarches" tributárias, de cariz gravoso para os bens do clube. Estes protelamentos só irão "INCHAR" OS SALDOS DEVEDORES INICIAIS, com juros e custas, que assim, não mais pararão de se irem acumulando no tempo.
O quanto, tal não tem acarretado para o endividamento do clube?

Quanto ao "orçamento previsional", (um orçamento é sempre uma previsão… ou não?!) “em cima” de “ses”, como por ex., "se derem entrada... contando-se para isso com a venda de qualquer jogador profissional"… Não lembra ao diabo! Utilizar probabilidades assim a pensar elaborar um "orçamento com rigor"!?
Não é para admirar o "mal estar" do Presidente do Conselho Fiscal demonstrado na Assembleia de 17 de Julho passado, manifestação de desagrado que não parece ter sido recebida por parte do líder executivo com a dignidade que aquele órgão social do clube deveria merecer. Mais do que "desentendimento de ideias", aquilo foi é um pronúncio de uma moção de censura ao executivo... salvaguardadas as devidas distâncias, é claro.
Por isso não admira que o actual presidente se sinta tão à vontade e "tão confortavelmente instalado" (atenção às aspas) no lugar, ainda que legitimamente, a avaliar pela sua expressão , “se não houver concorrente terei de pensar na continuidade”.
Fala-se em "candidatos a candidatos", um até ainda faz parte do actual elenco dos Orgãos Sociais do clube (!). O outro é o ex- atleta e ex-capitão Alex. Isto segundo consta, e sabe-se como é que são tratadas hoje em dia, as bisbilhotices e o consta-se que chegam via meios de comunicação menos credível às bocas do povo. Também valem o que valem, é certo.
Só preto no branco...

Nem mesmo com um lucro previsto para esta época de cerca de 212.000 euros, motiva os agora chamados empreendedores por natureza ou "invítrio"?!
É estranho não é? Se calhar até não… para os mais atentos.

É bom que fique claro que neste trabalho,nunca em momento algum houve o pretensiosismo de colocar em causa a honestidade e competência de processos na elaboração das Contas do Clube.

Pode ser que entretanto saia o Euromilhões... serão mais que muitos os pretendentes à mão da noiva.

Haja coração varzinista.

Texto de Óscar Gomes