O PRÓXIMO JOGO

TAÇA DE PORTUGAL - 2ª. ELIMINATÓRIA

PRAIENSE Vs. VARZIM

AÇORIANOS ESTÃO "EM PULGAS" À ESPERA DA VISITA...

SER FAVORITO É OU NÃO UMA VANTAGEM?

MESMO QUE O "NÃO-PROFISSIONAL" PRAIENSE PASSE EM FRENTE, NUNCA SERÁ POR TAL FACTO APELIDADO DE "TOMBA-GIGANTES".

Ditou o sorteio para a 2ª. Eliminatória da Taça de Portugal que o Varzim terá (para azar dos alvi-negros, no entender de alguns responsáveis, devido aos custos da deslocação) de defrontar na cidade de Praia da Vitória, localizada na Ilha Terceira, no arquipélago dos Açores, o Praiense, que "no meio" do chamado "futebol de alto rendimento", praticamente ninguém saberia da sua existência, não fora ter ultrapassado a 1ª. Eliminatória - passe o facto de se tratar de um respeitável sexagenário do pontapé na bola, com regulares prestações em competições que para o "jetset" da bola, não passam de grandes "caturreiras". "Coisas de pobres, coitados"... Expressões próprias de outsider´s na paixão pelo "ópio" do povo, o futebol.

Mas nos tempos que vão correndo, idade, com ou sem pergaminhos, já não "é um posto", muito menos num "ambiente" onde a máquina trituradora de valores na procura de um frenético imediatismo nem que seja só por apenas uns minutinhos, é a palavra de ordem, pelo maior respeito e consideração que de todos mereça.

Praiense que milita na 2ª. Divisão - Zona Centro, (ex-2ª. Divisão B) e, que até não é o clube mais importante da ilha, cabendo tal crédito ao Operário, este sim já com muita tradição no futebol secundário português, não profissional.

O adversário do Varzim, sofreu a exemplo de outros clubes, grandes alterações na composição do seu plantel para esta época, vendo-se em apuros para conseguir o número mínimo de jogadores para se inscrever na competição para a a presente época, dada a escassez de recursos financeiros, provocando enormes dores de cabeça para "gestores" do clube para fazerem face às despesas com as inerentes deslocações ao Continente, apesar do forte apoio das estâncias governamentais daquela região autónoma.

Segundo opinião dos seus dirigentes, "o Praiense nada mais pretende do que realizar uma época sem sobressaltos como os que aconteceram na época anterior" em que "por um cabelo" não desceu de divisão.

Praiense que, na Taça de Portugal, vem de eliminar em casa o Caldas, clube das Caldas da Rainha, terra que ficou mais nas bocas do mundo por causa do boneco de barro do Bordalo Pinheiro, do que própriamente pelas suas boas termas...

Quando se ouve ou lê declarações de responsáveis de clubes da 2ª. Liga, queixarem-se do azar (devido aos encargos financeiros, como se tal fosse algo inesperado ou fatalista) que tiveram no sorteio, só pelo facto de assim terem que se deslocar aos Açores, o que não diriam se tivessem que para ir todos os 15 dias...

Mas o que é afinal um clube profissional de futebol? Algum Rancho Folklórico? Um grupo amador de teatro?

Para quem pouco ou nada sabia do adversário do Varzim neste jogo da 2ª. Eliminatória da Taça de Portugal, que ainda continua a ser a grande "festa do futebol", já deu para ter uma pequena ideia do graú de dificuldade que este digno adversário, (que alguns rotularão, como é da praxe, de "difícil"), irá apresentar frente ao conjunto varzinista, que no mínimo é candidato a uma tranquila passagem pela 2ª. Liga (mais uma).

Falsas modéstias para quê? Se há "alguém" com obrigação de ganhar este jogo, pelos mais variados motivos, é o Varzim. Só quem pensa pela cabeça de outros, é que com certeza poderá pensar algo de diferente.

Agora, o que é preciso é demonstrar INEQÍVOCAMENTE EM CAMPO, aquele favoritismo.

O Varzim vai poder apresentar Lelo, de quem se espera não venha a ser como nenhum de outros "lelos" que por engano já passaram pelo clube. Esta aquisição, pensada há mais tempo, mas só concretizada em cima da hora do fecho de inscrições neste primeiro ciclo, numa estratégica opção dos dirigentes dos alvi-negros, para acautelamento dos "superiores interesses" do Varzim, jogando com o tempo, vem colmatar, em princípio, a falha na estruturação da equipa e que o técnico do Varzim, Eduardo Esteves, vinha publicamente referindo.

Quanto ao resto do plantel, todos os elementos que se deslocaram para a Ilha Terceira, mais concretamente para a Cidade da Praia da Vitória, pode considerar-se que têm valor mais que suficiente para com mais ou menos resistência do opositor, vencer um adversário cheio de vontade e, super-motivado por receber em sua casa um adversário que é dos mais ilustres da história do futebol português, um dos "grandes" da Divisão de Honra.

É claro que, pese toda uma enorme diferença de argumentos, a todos os níveis, e pese toda uma panóplia de chavões muito peculiares de quem gravita em redor do fenómeno de movimentação de massas, chamado futebol, que continua a ser o espectáculo-rei, como por exemplo: "pressão psicológica", "condições do estado do terreno", "princípio de época", equipas renovadas, e "portantos", com "falta de entrosamento e/ou automatismos", "estranhar o estado da relva, a altitude, a próximidade do mar ou da montanha e da temperatura ambiente, ou seja o clima", "culpa da imprensa", arbitragens com critérios inclinados", " o jogo teve duas partes distintas", a famigerada "falta de sorte" ou "estrelinha de campeões", etc., etc., ganhará com toda a certeza a equipa que marcar mais golos do que o adversário. É a mais pura certeza.

Concluindo.

O Praiense com certeza que vai ser "um digno adversário, procurando fazer o melhor que souber, dificultando ao máximo a vida ao adversário, no entanto,

o Varzim (pese a "redução drástica" do seu orçamento) dispensa apresentações, tem a "obrigação de vencer esta partida". É experiente e tem nesta prova já merecido o rotulado de "tomba-gigantes". Ainda está quente o feito de ter eliminado na Póvoa o "glorioso" Sport Lisboa e Benfica.

Se o clube passar à eliminatória seguinte, também com certeza que os seus adeptos, apreciarão, mas não vão por tal entrar em estado crítico de uma qualquer "trip" de alucinações.

Acreditamos, piamente numa vitória convincente, quer no capítulo do resultado como num a demonstração de superioridade condizente com a diferença de orçamentos, como muita gente entendida, bem ou mal, gosta de dizer.

Apesar das dificuldades dadas a entender publicamente por responsáveis do clube, para fazer face à deslocação à bonita Ilha açoriana (o que não nos apercebemos que o Caldas o tenha feito, p. ex.), os dirigentes poveiros têm motivo para estarem mais optimistas quanto ao negócio dos terrenos onde será edificado o tão prometido "novo estádio", com a aprovação do Plano de Pormenor de Construção aprovado pela edilidade poveira. Nada que apanhasse de surpresa os mais atentos... Há no ar todo um "clima" político a ajudar.

Viva o Varzim, Sempre!

Texto de Óscar Gomes